segunda-feira, 11 de agosto de 2008

"Mundo da moda francesa diz que novo lema é o 'chique e barato'



Chique e barato" é o novo lema dos "fashionistas" na era da democratização do luxo, apontam especialistas em moda entrevistados pelo jornal francês "Libération"."A aparência conta mais do que nunca", sentenciou Evelyne Chaballier, do Instituto Francês da Moda. Para a estudiosa, a sociedade acredita que "é preciso ter uma aparência jovem e na moda", não importando se a roupa vem de uma grife de alta costura, como Prada, ou de uma grande rede de moda popular, como a Zara.Acabou o tempo em que a moda era um sinal visível de status social: grandes empresas fabricantes de moda a "baixo custo", como H&M, Zara, Mango e Topshop crescem cada vez mais, seguindo as mesmas tendências das grandes grifes.Com a parceria entre nomes como Karl Lagerfeld, Roberto Cavalli e Stella McCartney e a rede de lojas H&M, a moda popular conquistou também as pessoas ricas, que não hesitam em comprar por um preço 15 vezes mais baixo "um casaco à Balenciaga" no lugar da peça original."De tanto ouvir algumas mulheres me dizerem que adoravam minha moda, mas não podiam permitir-se comprá-la, tive vontade de ir ao encontro delas", explicou Stella McCartney.De acordo com o professor de ciências políticas Serge Carreira, o fim do século XX, as casas de moda tradicionais passaram a ser controladas por conglomerados como o grupo LVMH, e a moda tornou-se assunto de empresários, que para aumentar seu faturamento mudaram de velocidade, copiando os ciclos da "fast fashion": não mais apresentavam duas coleções por ano, mas também pré-coleções, "moda cruzeiro" etc, colocando no mercado pelo menos sete ou oito novas linhas a cada ano.Além disso, foram criadas linhas de preços mais acessíveis, como D&G, da grife Dolce & Gabban, Just Cavalli, de Roberto Cavalli, e Armani Jeans, de Giorgio Armani."As marcas de 'fast fashion' apresentam as mesmas características das grifes de luxo, usam os mesmos fotógrafos para as campanhas publicitárias, têm a mesma clientela e as lojas estão nos mesmos pontos estratégicos, no centro das cidades, tornando cada vez mais tênue a fronteira entre a alta costura e a moda popular", disse Carreira.


Fonte: ANSA /portocultura.com.br